Au pair en France

Au pair en France

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Ah, José!

Dias antes de partir rumo à França, recebi uma encomenda vinda do Rio de Janeiro. Quando abri era um cartao e o livro "O Conto da Ilha Desconhecida", de José Saramago, presente do André, meu grande amigo que ha uns poucos anos mudou-se para a cidade maravilhosa. De cara adorei a surpresa, primeiro por ter vindo dele e tambem porque sempre gostei desse autor português.

Enfim, 1 ano e 2 meses se passaram e eu continuo sempre envolvida com meus dificeis exercicios da gramatica francesa. Essa semana estava na minha escrivaninha-biblioteca (meio francesa, meio brasileira) e me dei conta de que ainda nao tinha lido o livro.

Ele tem 62 paginas somente, mas é uma delicia de ler. Como leitura noturna me da sono, fui lendo de pouco a pouco pra admirar, principalmente, a literatura do Saramago. E acabei de terminar minha leitura encantada com esse conto.

Pra quem gosta de ler por osmose, nao é um livro recomendavel. Mas quando a gente lê, babando a maneira inteligente de escrever um livro, é muito, mas muito bacana. Para se ter uma idéia, entre os dialogos nao ha pontuaçao. A frase é direta, separada somente por virgulas, e o proprio leitor precisa se concentrar pra matar a charada e entender quem falou o que.

Sinceramente, adorei! A passagem que mais me chamou atençao (e que deixo aqui pra compartilhar com voces), foi a seguinte:

"(...) o homem é uma ilha, eu, como aquilo nao era comigo, visto que nao sou mulher, nao dava importancia, que tu achas, Que é necessario sair da ilha para ver a ilha, que nao nos vemos se nao saimos de nós".

Fica ai a dica! No link do livro, no primeiro paragrafo, achei o livro na integra pra quem quiser le-lo!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Eu quero!!

Uma frase pra terminar minha terca feira, às 23h50 da noite, depois de assistir Nouvelle Star (o nosso Fama, da Globo!):

EU QUERO PRAIAAAAAAAAAAA!!! hoje voltou a fazer 7 graus! Ninguem merece o frio!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Parenteses do dia

Acabei de ler esse artigo do site Brazil com Z, do qual faço parte na seçao Blogs Amigos e achei bacana compartilhar com vcs, visto que a minha maneira de pensar é muito parecida com a do autor abaixo:

Três meses, três sonhos
Abril 23, 2009

Gabriel Shiguemoto
Tóquio, Japão

Antes de atravessar oceanos para experimentar a vida muitos de nós, expatriados, alimentamos pequenos e grandes desejos, chamados sonhos. Muitas vezes são exatamente esses mesmos devaneios que nos levam à dar a volta do mundo na esperança de realizá-los mesmo que em parte. De minha parte posso dizer que muitas coisas que imaginava só em filmes agora fazem parte da minha rotina, pequenas coisas, mas impensáveis de se alcançar há apenas 2 anos atrás.

Como toda história de imigrantes, meus começo não foi exatamente uma maravilha. Houve muitos problemas, alguns desconfortos e outras coisas ruins que só puderam ser sobrepujadas com certo esforço e, principalmente, com a ajuda de amigos. Porém, nesse ano de 2009 alguns frutos já começaram a amadurecer. Em três meses, três sonhos que tinha se realizaram. Talvez pareça bobagem para quem vê de fora, mas para mim trazem enorme satisfação.

O primeiro foi adquirir um mega PC de última geração. Só quem gosta de tecnologia e sabe o quão difícil (e caro) é botar as mão numa máquina que pode rodar todo e qualquer programa existente hoje no mercado, jogos inclusive. Desejo que vinha alimentando desde meus tempos de garoto, quando lia em revistas ou jornais sobre os lançamentos do mundo da informática e sonhava como seria ter algo assim em casa. Talvez o leitor que não entenda nada de computadores não veja isso como sonho, mas digamos que se eu tivesse comprado um carro, seria um Porsche. Esse assunto necessita um post especial só para ele (já em produção). Isso foi em Janeiro.

Já em fevereiro, recebi a cartinha mais bendita do mundo, anunciando minha aprovação em um dos mais importantes testes de proficiência do idioma japonês, o Noryoku Shiken. Conseguir passar no nível 2, o segundo mais difícil, é uma tremenda conquista e uma grande satisfação pessoal, tendo em conta que foram quase 2 anos estudando praticamente todos os dias para esse exame. Dominar em parte o idioma do país onde se vive facilita e muito o dia-a-dia, evita momentos de constrangimento e ajuda a se conseguir as coisas com maior conforto e eficiência. Indispensável ao meu ver.

O terceiro se concretizou no mês seguinte, março, quando consegui pela primeira vez alugar um apartamento sozinho. Morar sozinho quando se vive somente com seu próprio salário é um enorme privilégio, ainda mais se tratando de Tóquio, a cidade mais cara do mundo. No Brasil sempre imaginei que levaria muitos anos até conseguir ter dinheiro suficiente para morar num apartamento sozinho, com minhas coisas e minhas manias. No Japão isso sempre me pareceu algo quase impossível de se conseguir, um sonho mesmo, mas que agora faz parte do meu dia-a-dia.

Ao passar dos meses posso reparar que outros frutos das sementes que plantei lá atrás, quando cheguei na ilha, estão amadurecendo. Está na hora de plantar novas sementes, o que faço agora com mais confiança já que obtive resultado das minhas primeiras experiências. Prova de que vale a pena sonhar e de que vale a pena correr atrás desse amontoado de pequenos desejos, que juntos formam aquilo que podemos definir como sonho.

E sonhar é viver! Sonhar é preciso.

Continuem sonhando!

Bookcrossing!

Hoje é aniversario da Rina (obaaaaaaaa!!!) e dia de Bookcrossing. Alias, pra vcs entenderem o que é isso, roubei do blog dela um resumo do que isso significa:

"(...) Então, quinta-feira vamos fazer o Crossings Book? (...) uma mulher deu um livro pro “menino do sinal”, em vez de dinheiro, e ele ficou feliz e todos perguntaram se tinha mais. Então na quinta a gente pega um livro e deixa em algum lugar, tipo ônibus, praça, no chão do táxi sem o motorista notar etc. Lugar é o que não falta. É meio emocionante, ano passado deixei entre as grades de um prédio, mas tinha vergonha que alguém visse, maior adrenalina. Ho. Nós temos um monte de livros, democratizemos então."

Bacana, ne? A reportagem sobre Bookcrossing esta aqui!

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Complicadinhas...

Quem me conhece bem sabe que sou muito observadora. Reparo tudo, mas nem sempre por maldade, é habito mesmo. Ontem por exemplo, passei por uma situaçao que me fez rir muito e lembrar-me do livro: "Homens sao de Marte, mulheres sao de Venus", mega conhecido.

Entao, estavamos na celula de mulheres e interrompemos o estudo por conta de um casaco esquecido na igreja no domingo pela Virginie. Ela se queixava que precisava do tal casaco (isso é porque ela deve ter uns 10 no armario) e dizia pra gente: "Como farei pra busca-lo, nao tenho tempo, etc". E uma das meninas falava que foi ela quem tinha visto e levado o casaco pra casa porque sabia que alguem tinha perdido-o. Ai Marilyne se ofereceu pra ir na casa da menina buscar pra Virginie ir pegar. E Audrey entrou no assunto falando pra menina deixar na casa de Marilyne pra ela ir buscar e levar na casa de Virginie. Enfim, elas perderam cerca de 20 minutos pra decidir como o tal do casaco ia parar na casa de Virginie. E a menina que estava o casaco no fim da conversa nao entendeu nada e ja nao sabia o que elas tinham decidido.

Esse tipo de comportamento é MUITO normal pra nos, mulheres, mas a gente nao se da conta disso, somente quando a gente vê alguem fazendo isso. Se fossem os homens la, primeiro que o cara nao ia estar nem ai se o casaco nao tava com ele. Ele simplesmente esperaria domingo, quando fosse ao culto, pra pega-lo com a menina. Segundo, que ele ia dizer, caso precisasse muito do casaco: "Bom, cara, passo na sua casa amanha 22h". E ponto final. Em 30 segundos a conversa terminaria.

Por que sera que somos tao complicadas?? kkk! Tenho lembranças tambem de quando iamos jogar volei ou seja o que fosse na escola. Pra dividir o time era uma novela. Eu quero fulana, mas fulana quer ir pro time B, que o time A vai ficar fraco, que nao é justo, etc. E ai ao inves de jogarmos 1 hora, jogavamos 30 minutos. Os outros 30 min a gente perdia dividindo time e arrumando o cabelo.

Mulheres...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ferias, eu mereco...

Tudo bem, tudo bem, eu sei que tem 17 dias que nao escrevo no blog. Na semana passada fiquei com os meninos tempo integral: aqui eh ferias de novo! E eu tb mereco tirar ferias! Depois de 6 dias na Alemanha com minha irma e meus amados sobrinhos, amanha cedo eh dia de ir pra casa. 

Segunda a labuta recomeca e vai ser dia de ir pra escola tambem. Aproveitamos muito ate, apesar dos pesares. Parque com piscina de agua quente, lojinhas de rua, centro comercial, PIZZA HUT, entre outras atracoes alemas. 

Alias, o mito de que alemao eh grosso e fechado esta indo pro brejo. Considero que sao muito mais abertos dos que os franceses. Riem mais, conversam mais alto em lugares publicos (isso na Franca eh inaceitavel!), sao mais simpaticos. Em suma, sao mais de bem com a vida. Eh claro que esse calor humano depende de cada regiao, do stress da cidade, por exemplo. 

Enfim, daqui a 3 semanas estarei aqui de novo pra encontrar minha MAAAAEEE!! Ela vem!! E eu to muito agradecida ao titio JB e a Go pelo presente, foi o melhor do ano, posso dizer!

Bom, ate semana que vem entao, ne? E amanha pra fazer inveja, farei a seguinte rota pra ir pra casa: Alemanha - Luxemburgo - Franca - Suica - Franca de novo, destino final. Da-lhe Europa! kkk! 

quarta-feira, 1 de abril de 2009

13 meses

Quando segunda-feira passada uma pessoa me perguntou: "ha quanto tempo vc esta aqui?", respondi com espanto: "1 ano e 1 mes, quase 1 ano e 2 meses". Graças à Deus eu posso dizer que foram meses fantasticos, de lutas e de grandes conquistas.

Nesse pais me acostumei com a paz e tranquilidade. Ha 1 ano e 1 mes nao ouço noticias de violencia, roubo, estupro, na mesma proporçao de nosso pais, claro. Aqui tambem aprendi a ser mais racional, aprendi que europeu é seco e pronto. Aprendi que aqui come-se bem e é humanamente impossivel nao engordar. Aprendi que é preciso mostrar pra eles que Jesus Cristo existe e Ele é muito, muito bom pra nos.

Aprendi que eles nao gostam de ajuda. Nao sei se isso é resultado do individualismo que os acompanha ha anos. Aprendi a fazer comidas deliciosas. Ou melhor, aprendi a cozinhar pq quando sai do Brasil nao sabia nem fritar ovo. Aprendi que é preciso administrar muito bem uma palavra chamada SAUDADE. Caso contrario, voce pira e chora todos os dias. Aprendi que estar no exterior significa: Olhe pro lado e ajude a todos os brasileiros que precisam, ja que todo mundo aqui normalmente esta sozinho, longe da familia e dos amigos. Entao é a sua vez de fazer o papel de familia! Falo isso porque muitas vezes a gente sofre sozinho porque nao tem com quem desabafar. E tendo amigos da mesma nacionalidade que voce facilita essa "mao que lava a outra".

Aprendi que quando vc esta em Paris, principalmente, fazendo turismo, nunca diga a um brasileiro turista: "Ahh!! Brasileiro???", senao leva patada. Eles aqui sao insuportaveis, que me perdoem meus conterraneos, mas isso é a pura verdade. Se é um que mora aqui, tudo esta bem, mas se o cara é turista, ele acha que ele é o cara mais milionario do mundo e nao quer ser reconhecido. Enfim...

Viver no exterior é como nascer de novo. Voce tem que reaprender tudo e suportar todos os defeitos do pais em que esta, afinal de contas voce é um misero estrangeiro invadindo o espaço deles. Se estiver aqui para contribuir em algo, otimo. Se esta aqui para estudar e pensar em morar, nao comente com eles. Vao te olhar pensando: "Cai fora, meu, pro seu pais! O que voce quer fazer aqui?"

:)

Mesmo assim, vale a pena. Sofrendo ou nao, voce volta renovado e cheio de historia pra contar.